Amor romantico: o caminho racional e o irracional.

Confesso que nunca me agradou aquilo de deixar a vida me levar. Também nunca vi sentido em pensar que a felicidade pode ser controlada. não existe a fórmula da felicidade que, repetida por qualquer um, trará felicidade.

Amar não é um evento neuroquímico. Não, esse evento não passa de uma consequência. O amor, para mim, tem duas origens.

Representar a forma irracional de amor não é fácil racionalmente, mas meu lado poeta me ajuda nisso.


A ascensão da loucura

Passou pelos meus pés
Fez-me flutuar
Passou pelo joelho
Dobrou-se

Subiu pelas pernas
Fez-me tremer
Tomou conta da minha barriga
Está fria como o gelo

Subiu até o coração
Ele bate forte
Foi até minha nuca
Senti um calafrio

Invadiu minha mente
Perdi a concentração
Continua subindo
Meus olhos estão apontados pra cima



Essa loucura queima por dentro. Não sei se é de fogo ou de gelo, já que os dois queimam. só sei que queima e que a sensação é boa. Isso, é claro, quando não colocamos nossa racionalidade contra ela. Quando tentamos fazer tal coisa a loucura se torna um suplício.
Não há como racionalizar o amor. Não pode ser criado, destruído ou controlado racionalmente. São caprichos irracionais...
Não estou querendo dizer que devemos viver nossa vida em função da loucura. isso seria loucura!

Mas sem loucura também não vivemos! não adianta achar que nossa vida está totalmente sob nosso controle porque não está. Os sentimentos sempre estarão por aí para provar isso...

A irracionalidade do amor, quando colocada acima da razão, causa danos terríveis à pessoa, mas a vida sem essa loucura não é pacífica: ela é na verdade torna a vida da pessoa uma eterna luta contra si mesma, uma eterna resistência aos ataques irracionais do inconsciente.

Para mim, o melhor indicador de que estamos seguindo o caminho certo para nossa mente é a felicidade. Seguindo somente a loucura sofremos péssimas consequências, e seguindo somente a razão o tormento é interno, embora as consequências externas sejam relativamente boas.

O coração não foi feito para ser preso. Não foi feito para ser colocado no leito de Procusto.

Representar a forma racional de amor, por outro lado, não é assim tão difícil. Basta que quem esteja tentando entender esse amor já tenha experimentado dele ao menos uma vez.
É aquela sensação de êxtase que se sente ao fazer uma descoberta, ao saciar a curiosidade.
Não estou dizendo, percebam, que a felicidade racional em sua forma mais pura tenha alguma relação com observar da vida pessoal dos outros. Essa é a forma mesquinha de apreciar o amor.
Quando li o livro Aforismos para sabedoria de vida, de Schopenhauer, parecia que a cada pagina eu tinha uma nova epifania. Sim, essa é a palavra que define perfeitamente o amor racional.
O prazer de passar horas aprendendo é incomparável. É único.
O amor racional não pode ser sentido em sua plenitude se for destituído de irracionalidade. Quando se tenta fazer isso a consequência é o que aconteceu com Schopenhauer. Frequentemente aterrorizado por impulsos intensos, que só eram assim tão intensos por serem reprimidos, e que o atrapalhavam no progresso intelectual. Era a alma dele gritando por socorro, gritando por um pouco de irracionalidade. Ele se negou a isso, e por esse motivo vivia irritado com tudo. Apreciava só uma felicidade, era incompleto.

mas o amor, o mais profundo amor, não é puramente racional e nem irracional. Ele engloba os dois!
É o que chamo de amor romântico completo, um amor que completa a alma, que cura o espírito abatido.

Quando se ama assim a racionalidade nunca fica em segundo plano. Muito pelo contrário, a intelectualidade dos amantes vive em sintonia. Eles descobrem o mundo juntos, além de irem descobrindo um ao outro. Muitas vezes se parecem tanto que descobrem-se a si mesmos no olhar do outro. duas Pessoas que se sentem assim uma pela outra são amigas. Amigas do tipo mais profundo de amizade que há.
E quando se ama assim como quero definir, a irracionalidade também não fica em segundo lugar: não há segundo lugar. Essa pessoa não nos atrai só racionalmente. Não se trata apenas de coisas que podemos entender. É uma espécie de atracão magnética, uma paixão tão poderosa que ninguém pode resistir. Pessoalmente, não vejo motivo para resistir a algo tão agradável.

Ao se conhecerem, e passarem tempo juntos, esses amantes se atraem irracional e racionalmente. Se unem de corpo e alma. se amam completamente!

Sim, amigos, essa felicidade tão intensa que vem de fora e de dentro é a que conheço de mais bela. Nossos pensamentos e sentimentos existem dentro de nós, e nos trazem felicidade interna. Os sentimentos e os pensamentos do outro nos trazem felicidade externa. As sensações e pensamentos são interligados. dividem a felicidade, a paixão, a amizade.
duas pessoas unidas por ideais intelectuais e especialmente, simplesmente pelo prazer da união.
amar e ser amado, isso sim nos faz voar mais alto!
deixo aqui mais uma poesia, que define esse tipo de amor completo.


Tão alto

Tão alto eu voei
E nunca imaginei algo assim
De repente eu era Deus
De repente tudo fazia sentido

La em cima era difícil respirar
Mas mesmo assim era divino
De La vi coisas distantes
Vi o mundo fazendo curva


O tornado veio
E deveria mesmo vir
Fez me voltar à minha altura
Já não está no meu poder subir

Alguns poderiam dizer
Que quem esteve acima das nuvens
Não suporta voltar para baixo
Mas eu não

Vejo tudo como uma dádiva
Como uma oportunidade única
De ver a maior das belezas que já vi
De olhar o mundo e as estrelas

Estou aqui voando onde deveria
Tornando-me forte
Tornando-me leve
Para que um dia
Um tornado me leve tão alto
E eu possa ver metade do mundo.



Sem esse amor, a vida é incompleta. Por isso eu digo: ame!
Ame com o amor menos intenso e com o mais intenso. Tenha amigos e paixões, mas um dia Nenhuma paixão será grande o bastante para usurpar esse amor.
Ele vai purificar sua alma, vai te tornar uma pessoa melhor. Vai te elevar aos céus!
Desejo para você esse amor, desejo para todas as pessoas!

Pensamentos prático e conceitual. Behaviorimo e o leito de procusto

Procusto, segundo a mitologia grega, era um bandido que vivia na Ática, e que oferecia seu leito aos viajantes. Mas seu leito tinha um tamanho(o dele) e ele não aceitava o fato de que nenhum viajante tinha o mesmo tamanho que ele. Os hóspedes de Procusto sobreviviam, pois ele amputava os que eram maiores e esticava sobre o leito os que eram menores. Em termos filosóficos, podemos representar procusto como sendo o símbolo da intolerância humana, e do hábito que se tem de reduzir um indivíduo ao que somos ou a algo que idealizamos para as pessoas.

Para desenvolver o raciocínio é necessário definir o que entendo por pensamento prático e pensamento conceitual, para poder depois fazer uma análise da relação entre Procusto, o behaviorismo, a filosofia e a psicologia analítica. Sem querer fazer propaganda, cito um trecho do meu livro que exemplifica o que estou prestes a demonstrar:

"- sempre o considerei o homem que tem a sabedoria oposta a minha, que as nossas sabedorias se completavam. Eu sem ele não percebia, ele sem mim não pensava. Nós guerreávamos juntos, atrás do assassino de meu pai. Eu estudava a posição dos outros exércitos, e decidia para onde mos moveríamos e quando seria a batalha. Criava toda a estratégia e ele seguia, mas na hora da batalha, percebendo como tudo se sucedia, ele tomava decisões rápidas. Assim, o meu planejamento prévio com a capacidade dele de modificar tudo na hora da batalha eram cruciais. Como éramos amigos íntimos, alguns nos chamavam de senhores da morte. "


O pensamento prático é o que Jung chama de pensamento sensorial, ou, pelo MBTI, um tipo ST.

Nesse tipo de pensamento,
a avaliação através dos sentidos é de caráter essencial para entendermos os verdadeiros fatos, e por causa da incerteza das deduções e conclusões exclusivamente conceituais, somente o observável deve ser levado em consideração.
Em geral, esse tipo psicológico não assimila perfeitamente a filosofia, a não ser que se trate de um pensador como Maquiavel. Os pensadores sensoriais tendem a ter uma visão mais objetiva dos fatos, e por isso mesmo são bons na aplicação tecnica e com ciencias exatas. No entanto, dependendo da intensidade com que eles reprimem a função da abstração(intuição) eles podem emitir conclusões totalmente infundadas a respeito das coisas, justamente porque não refletiram com calma sobre os fatos, mas somente os avaliaram. além disso têm a tendencia a não dar valor a planejamentos feitos a muito longo prazo, justamente porque esses podem não ser exatos, e eles têm a necessidade de lidar com coisas meticulosamente exatas.

para eles, o pensamento dos NTs não passa de especulação arbitrária, o que em muitos casos,
não deixa de ser verdade.

Um bom exemplo de psicologia ST é a psicologia Behaviorista ou comportamentalista.
Em uma breve definição, inicialmente o behaviorismo se baseava em estímulo-resposta. Dizia, em suma, que todo o comportamento do individuo era resultado de um estimulo sensorial. Os behavioristas nunca negaram que os processos mentais existem, mas acabaram por usar a navalha de occam na mente humana ao afirmarem que o principal objeto de estudo da psicologia é o comportamento. Como presumível no comportamento ST, os comportamentalistas tentavam comparar humanos a animais, ou outras coisas extremamente limitadoras, tais como o experimento do pequeno albert.

Ao criar um pequeno trauma num bebe, eles pretenderam provar com isso que todo o comportamento humano era condicionado de forma mecânica e que poderia ser objetivamente entendido e controlado.

O que eles fizeram, em suma, foi deixar a plasticidade do comportamento humano de lado para tentar submeter a mente humana ao método científico. a psicologia cognitiva veio corrigindo os mais graves erros behavioristas e colocando uma base mais abstrata na psicolgoia científica.
ainda assim a psicologia congnitiva é uma psicologia ST.

Em contrapartida a esse tipo de pensamento há o tipo Pensamento intuitivo, ou o NT no MBTI.
nesse tipo de pensamento, a abstração tem maior valor do que a sensação. Enquanto o ST reúne muita informação e reduz, o NT reúne pouca informação e amplia. As reflexões conceituais, avaliações subejtivas, filosificas e planejamentos a longo prazo são o forte dos NT. Em geral, os NTs não estão tão preocupados com a aplicação prática de seus conceitos. "O mundo como vontade e representação" , livro de Schopenhauer, que considero, em avaliação pessoal e detalhada, um NT, mostra uma realidade diferente da de O príncipe, pois não trata de coisas diretamente objetivas. Ele lida com o profundo, o invisível.
Trata mais especificamente de características do ser humanos que não podem ser submetidas diretamente aos sentidos.
Os Nts têm a tendencia de ampliar e idealizar, o que os faz distorcer a realidade perceptível. Se são do tipo introvertido, projetam suas idéias na realidade objetiva, colocando os fatos no leito de Procusto, e se são Extrovertidos colocam as idéias como modeladoras de si mesmo, colocando a si mesmos no leito.

os NTs tendem a considerar o pensamento dos ST como sendo superficiais, o que também, em alguns casos, não deixa de ser verdade.

A psicologia NT, em seu início, não passava de especulação filosofica. assim você pdoeria definir sua natureza a partir da Filosofia de Nietzsche ou de Schopenhauer. basicamente, se você se identificasse com Schopenhauer isso, automaticamente, queria dizer que a psicologia dos outros se limitava às definições dele, e o mesmo acontecia com Nietzsche. assim, por não ter o carater objetivo dos STs, a psicologia como filosofia não tinha um carater objetivo, mas apenas subjetivo.

Jung fala isso da psicanálise de Freud em contraposição à de Adler. São baseadas na natureza de cada um. Enquanto um colocava maior valor no objeto, justamente por sua natureza extrovertida o levar a isso, o outro colocava o maior valor no eu, por causa de sua natureza introvertida.

Como tanto a psicanálise de Freud como a de Adler têm perfeito sentido,, poendo ser usadas como base paradigmatica que justifica as neuroses, e uma nega o ponto fundamental da outra, a psicologia como filosofia e a psicanálise perderam credibilidade no mundo que foi progressivamente dominado pelo paradigma naturalista.

Em contrapartida ao pensamento NT pode-se citar a navalha de occam.

Como creio já ter demonstrado, ambos os pensamentos são limitados e limitadores. Um reduz às idéias e outro às sensações.

Em geral os STs se direcionam para areas que presumem mais exatidão, enquanto que os NTs lidam com maior facilidade com coisas inexatas.
Os STs são os que colocam a psicologia como ciência, e os NTs os que a colocam como filosofia.

Assim como a psicologia cognitiva equilibrou a psicolgoia científica, dando a ela um carater mais reflexivo, a psicanalise deu mais equilibrio à psicologia filosófica, dando a ela um carater mais objetivo, mas a seleção entre uma e outra ainda acontece segundo o tipo psicológico do aluno.

No entanto, a proposta de Jung sobre os tipos psicológicos elucidou a questão, criando uma visão equilibrada entre o objetivo e o subejtivo.

O pensamento sistêmico, que é uma tendência, segundo creio, extremamente equilibrada, coloca as seguintes premissas para o estudo da mente humana.

"1) O pressuposto da complexidade reconhece que a simplificação obscurece as inter-relações dos fenômenos do universo e de que é imprescindível ver e lidar com a complexidade do mundo em todos os seus níveis. Um exemplo de uma descrição baseada nesse pressuposto é a Sincronicidade, que prevê outras relações, que não são causais, para os eventos do universo. Além disso, a psicologia analítica lida de modo sistêmico com a psique, daí seu homônimo: psicologia complexa, ou profunda.

2) O pressuposto da instabilidade reconhece que o mundo está em processo de tornar-se, advindo daí a consideração da indeterminação, com a consequente imprevisibilidade, irreversibilidade e incontrolabilidade dos fenômenos. A abordagem orgânica, a homeostase psíquica, e a noção de inconsciente (o que inclui a freudiana), com os seus componentes arquetípicos e complexos são exemplos de abordagem sistêmica da psicologia analítica.

3) O pressuposto da intersubjetividade reconhece que não existe uma realidade independente de um observador e que o conhecimento científico é uma construção social, em espaços consensuais, por diferentes sujeitos/observadores. Então o cientista trabalha com múltiplas versões da realidade, em diferentes domínios linguísticos de explicações. Os tipos psicológicos junguianos são o que há de mais inovador nesse sentido, tendo inclusive reconhecimento científico tradicional na detecção dos tipos de personalidade."

É obvio que esse tipo de pensamento não se aplica à ciencias exatas ou de avaliação biológica, pois tratamos de fatos objetivos ao lidar com essas, mas em se tratando de investigar a mente humana não podemos nos limitar à filosofia subejtiva ou ao naturalismo científico.

Sentimentos, pensamentos e ateísmo

Ouço muitos religiosos usarem o termo ateu fanático, e muitos ateus se revoltando com tal termo, então decidi escrever um pouco sobre o tema, diferenciando os tipos psicológicos dos dois tipos de ateu que identifiquei e depois emitindo um julgamento de valores sobre o ateísmo em si.

Seria muito bom que, se não quiserem ler os tipos psicológicos de Jung, que leiam ao menos sobre o MBTI.

Lendo se verificará a diferença do ser guiado pelos sentimentos e de ser guiado pela razão, e partir dessa diferenciação poderíamos muito bem diferenciar um ateu do outro.


O primeiro que vou tratar é o ateu sentimental.


Em geral esse tipo de ateu era seguidor ou foi criado em meio a seguidores de uma religião patriarcal. Aquelas que falam de um Deus pai e protetor, que ajuda quando os “filhos” precisam e que acima de tudo os ama.

Esses ateus se vêem diante da afirmação de que Deus é bom, mas aí entram em contato com o que há de mal no mundo. Uma hora não conseguem dizer que o mal é a ausência de deus. Uma hora encontram uma criançinha sofrendo e não conseguem adaptar sua religião a isso. Mais especialmente, uma hora eles se tornam essa criançinha sofredora e o papai não está ali para proteger.

Então eles fogem de casa, brigam com o pai. Colocam no Deus judaico cristão a culpa de todos os males, tal como Nietzsche disse ter feito aos treze anos.

Eles se revoltam, porque aquela figura tão linda e amada os enganou, os traiu.

Entram no pessimismo que defini no post logo abaixo desse, e acabam por deixar de ver amor nas coisas. Aí começam a amesquinhar os homens, tal como Nietzsche disse em sua genealogia da moral sobre os ingleses. Buscam sempre os motivos mais estúpidos para serem a causa dos comportamentos humanos. É daí, creio que surge a psicologia evolucionista e seu reducionismo absurdo que simplesmente finge que não há plasticidade.

Ao invés de entender o ateísmo intelectualmente, eles o sentem. Nesse sentido, para um sentimental, o ateísmo representa a miséria, a desgraça, a falta de esperança. E como todo bom pessimista, ele sente o peso dessas opiniões. Sente que embora não queira ser iludidamente feliz, ele quer ser feliz. Então decide dividir seu peso com os outros, principalmente na internet, e sai por aí pregando ateísmo.

O ateu sentimental pode muito bem cair na lábia de um religioso de novo, porque não foi à essência do ateísmo.

Entre esse que defini e o próximo há um meio termo, mas esse é obvio demais, com a leitura dos dois, e vou deixar pra que seja pensado por quem desejar.

Em geral os tipos pensadores não são muito seduzidos pelos sentimentos, então para eles a musica, a gritaria e todos os rituais da religião não têm efeito algum. São imunes à manipulação, então avaliam o mundo racionalmente. fazerem isso, primeiro percebem as contradições da religião, depois percebem a inutilidade prática dela, e depois acabam por desconstruí-la filosoficamente.

Contradições tais como, na bíblia, Deus dizer não matarás, mas mandar dilúvio, matar primogênitos etc. não há um efeito tão sentimental nos racionais, mas observando racionalmente da pra perceber que religião é uma casa construída na areia e sem alicerce, porque avaliações racionais as excluem como possibilidade.

Depois observam o mundo e sua vida. Percebem que suas conquistas não são influenciadas por Deus. Vêem outras pessoas emocionadas com a influência de Deus e se perguntam o porquê de isso não acontecer com eles. Mas avaliando sem sentimentos da pra perceber que as pessoas conquistam e fracassam segundo sua força de vontade e capacidade, e que Deus nada mais é do que uma forma de aumentar a força de vontade delas. Daí pensam: "eu não preciso de Deus", Ou: "Deus não faz nada", tudo depende de nós. O que, em termos práticos, é equivalente a não existir, pois se existe e não faz nada é irrelevante.

Apesar disso, continuam caminhando religiosamente por acreditarem que há fundamento na base metafísica. Ou seja, porque acreditam em céu, inferno, vida eterna, e um Deus que não faz nada, mas existe.

Mas aí vem a lógica filosófica terminar o caminho do ateu racional.

O céu e o inferno são completamente abstratos, então se deve considerá-los dessa forma. Sendo assim, como não são observáveis, dependem da lógica para existirem, e não se sustentam nela por um erro de proporção.


Diz-se que um sujeito que não acredita em Deus, ou que comete qualquer outro pecado irá para o inferno, mas se quisermos ver o ateísmo como pecado ainda assim isso não tem sentido.

Afinal, o sofrimento eterno não é a mesma coisa que uma prisão perpétua que conhecemos.

Se um assassino ficar não só preso como sofrendo pro, digamos, 200 anos sem parar eu tenho certeza de que isso o faria rever seus conceitos. Agora aumentem só a proporção. E se ele ficar lá por 2000 anos, por milhões de anos!

É obvio que essa idéia não tem fundamento, pois nossos erros não são eternos para serem punidos de forma eterna.

Como uma pessoa pode sofrer por infinitos trilhões de anos?

Mesmo se ela matou pessoas durante toda a sua vida adulta, isso não é justificável.

Além de ser ilógico é cruel, o que entra em contradição com o fato de que Deus é infinitamente bom.

Mas aí chega o argumento final: para alguns filósofos o real é aquilo que percebemos, e para outros, pelo contrario, é aquilo que pensamos.


portanto, para que uma coisa seja real ela deve fazer sentido e/ou ser perceptível.

Eu já tentei de todas as formas perceber Deus com todos os sentidos que tenho e não percebi.

Dizem que ele é como o vento, que você não vê, mas sente, só que o vento eu percebo com os ouvidos e com o tato, Deus não.

E Deus é totalmente inconcebível. Alguns admitem, e dizem que não há como imaginarmos Deus por ele ser maior do que nós, mas outros atribuem a Deus suas características pessoais, tais como ressentimento em relação aos que nele não acreditam. Daí se percebe que Deus é um fruto puramente subjetivo e sem fundamento objetivo, ou é algo não observável e não concebível.

Em suma, se só quem acredita (baseado em fé) consegue conceber Deus (ou diz que consegue) então Deus é uma ilusão. Não existe.

Tendo definido os dois ateus, vou agora para o julgamento de valores do ateísmo.

Primeiro é bom sempre tomar cuidado com ateus sentimentais, pois é freqüente que eles deixem de lado qualquer tipo de ética, que é fundamental para o coletivo, pois eles não fundamentam suas opiniões racionalmente. Injetar racionalidade neles é sempre positivo.

Ora, dizer que o que não podemos conceber e nem perceber não existe é irresponsabilidade, justamente porque nossa capacidade de concepção pode se expandir e porque nossos sentidos(através de mecanismos tecnológicos) podem evoluir igualmente.

Pessoalmente, não acho que esse progresso nos levará a ver Deus, mas o ponto é que não é lógico negar uma coisa só por falta de qualquer evidencia. Por outro lado, na vida prática, isso em nada influencia. A diferença é que ao invés de afirmar que Deus não existe se estará afirmando que Deus é irrelevante. Não faz nada, não pode ser visto, não pode ser concebido. Pra que perder tempo mesmo negando isso?

Yin Yang - do paraíso ao inferno

Talvez isso seja um mero fruto subjetivo, reconheço, mas minha visão insiste em trazer algo para a minha mente: não existem pessoas boas ou más, o mundo não é bom ou mal.
Algumas pessoas se isolam, ficam boas demais, reprimindo sua maldade. Outras reprimem seu lado bom para serem más, dizendo que isso é ser, na verdade forte.
Mas se não estamos falando de um sociopata, inevitavelmente esse "forte" sentirá a necessidade desenvolver o bem, e pode negar a vida toda. O mesmo acontece com o bom: não adianta achar que viveremos sendo um "JC". As pessoas muitas vezes irão nos irritar, ferir, magoar. Não adianta fingir que nada sentimos por um ideal de bondade. Senão acabaremos por explodir e causar danos que nem imaginávamos.

Essa idéia, por se tratar mais de sentimentos do que de raciocínio, vou expressar inicialmente através de manifestações concretas dos sentimentos: músicas e fotos.

Vou colocar um link com o som da música, que deve ser o que irá inspirar a sensação, mas a letra tem relação direta com a melodia, então para entender mais exatamente a idéia é bom que entenda ela: há traduções na internet.

Wish i could - Norah Jones:

http://www.youtube.com/watch?v=tgMDsVRwM_M

We met in a place I used to go,
Now I just walk by it for show,
Can't bear to go in without you know,
Wish I could,
Wish I could.

But Annie is standing in the door,
With a look on her face I can't just ignore,
She tells me that her heart is sore,
And pulls me in,
She pulls me in.

She says "love in the time of war is not fair",
"He was my man but they didn't care",
"Sent him far away from here",
"No goodbye",
"No goodbye".

I don't tell her that I once loved you too,
Or about all the things we used to do,
I kiss her hair and think of you,
Walking down ,
The road you found.

We met in a place I used to go,
Now I only walk by it slow,
Can't bear to go in without you know,
Wish I could,
Wish I could,
Wish I could,
Wish I could.

É por causa de músicas como essa que eu amo a Norah Jones. Sim, eu digo e repito que a amo e que um dis nós iremos nos casar =D. ela simplesmente chega no mais profundo do meu coração ao ponto de tirar de mim as angustias e manifestar meus sentimentos mais nobres. A Norah Jones trás meu amor para fora e brinca com ele.

No meu mp3 essa musica da Norah Jones vem logo depois de outra de extrema relevância:

Blitzkrieg - Deathstars

http://www.youtube.com/watch?v=zeWBD7zHG8o


… In your dreams, Hearts shake
Nerves scream, Minds break
Heavens turn, Grounds crack
Prayers burn, Burn black

And it’s all there inside of you
It’s deadly, dark, cold!
Can you feel the explosion
Now lean back and enjoy the show!

Blitzkrieg!
Blitzkrieg!
Blitzkrieg...BOOM!

Blitzkrieg!
Blitzkrieg!
Blitzkrieg...BOOM!

Hope fails, Death shines
Long nails, Hell’s vines
Terrors speak, Walls fall
Addictions seek, Seek it all

And it’s all there inside of you
It’s deadly, dark, cold!
Can you feel the explosion
Now lean back and enjoy the show!

Blitzkrieg!
Blitzkrieg!
Blitzkrieg...BOOM!

Blitzkrieg!
Blitzkrieg!
Blitzkrieg...BOOM!

… This is the end
Still your need is driven on, driven on…
As we trigger one last bomb

Wounds bleed, Tears ride
Demons feed, Angels hide
Fathers sigh, Mothers weep
Children cry, Crying deep

And it’s all there inside of you
It’s deadly, dark, cold!
Can you feel the explosion
Now lean back and enjoy the show!

Blitzkrieg!
Blitzkrieg!
Blitzkrieg...BOOM!

Blitzkrieg!
Blitzkrieg!
Blitzkrieg...BOOM!

The world with a gun and a broken blade!

[3x]
… This is the end
Still your need is driven on, driven on…
As we trigger one last bomb

Ouvindo uma musica dessas a sensação que se ten é uma só: de ódio.
Ela deixa seu ódio sair, te liberta dele. Em geral, observem, pessoas mais raivosas têm a tendência de apreciar esse tipo de musica, e apesar da tremenda agitação de um show de metal elas simplesmente saem de lá renovadas: é uma forma de descarregar toda a raiva.

reparem que nos dois casos a imagem corresponde com a sensação da musica.

As duas musicas tratam de opostos, mas a verdade é que ambos existem dentro de nós: não adianta pensarmos que vivemos no melhor dos mundos, e que tudo é amor. É verdade que seria ótimo, mas não é real. Também não vale a pena nós entrarmos num ciclo suicida achando que nós e o mundo somos desprezíveis e que esse é o pior dos mundos.
Não, isso é só uma polarização, é só um 8 ou 80 que deve ser eliminado para haver um equilíbrio.
esse equilíbrio trás paz interna: temos que ser a mudança que queremos para o mundo, é por onde se começa.Bem diz Gandhi.

Mas se você não entendeu perfeitamente o sentimento das musicas, não precisa ficar tentando abstrair os sentimentos, pois o post também tem um fundamento racional.

As duas musicas falam da guerra, perceberam?
Blitzkrieg é uma tática que os alemães usavam na segunda guerra mundial, onde usavam grande poder destrutivo de surpresa e rapidamente.
eles simplesmente passavam destruindo.
A Norah jones chora pelo amado que foi para a guerra, e os Deathstars apreciam a destruição do blitzkrieg na guerra. Um vive o bem e outro o mal, mas os deathstars não mostram amor, e Norah Jones é passiva.
É aí que eu quero chegar: uma variável de tipo psicológico que eu não vi em jung, não vi em MBTI. São o pessimismo e otimismo. Ou melhor, são só sentir dor e só sentir amor.
Penso que no Sentimento de Jung há outra bifurcação, que é o amor e o ódio: o irascível ama e odeia com intensidade.
Há momentos da vida em que somos seduzidos e somos sós amor. Há outros, no entanto, em que somos desiludidos e somos só dor.
E é aí que mora o perigo: quando estamos seduzidos pelo tão belo amor e tendemos a amar todas as coisas acabamos por descartar as coisas negativas, e fazendo isso nos colocamos em perigo, pois o mundo tem coisas negativas.
Pensando assim alguns pretendem dizer que não há amor, e que só existe o forte e o fraco. Obviamente, quem diz isso não se considera fraco, e sim forte.
Só vêem desgraça no mundo e, por causa disso, se defendem melhor dos males, mas também deixam passar os mais nobres sentimentos sem os viverem. Para esses o amor é coisa dos fracos, e portanto a tendência é rirem de quem abre o coração para esse sentimento, quando no fundo é tudo o que queriam. Essa felicidade que às vezes o mundo nos permite sentir.


Acho que já deu para perceber que ambas as atitudes estão erradas, e que uma terceira deve existir, não é?
Uma serve para proteger da infelicidade, e outra para sentir a felicidade. Se só temos uma estamos incompletos e não vivemos de forma plena.


Para isso há uma solução simples: o caminho do meio.
Abrir o coração para o amor sem medo do que ele fará conosco. Simplesmente amar, e deixar que seja eterno enquanto dure.
Ser racional na hora de observar os riscos da vida, e entender que o mal existe. Entendendo isso, é bom estar preparado para quando ele vier, porque virá.


Resumindo, devemos cavar dentro de nós o Yin e o yang, apreciar com cautela o céu e o inferno que existem dentro de nós e no mundo.
Amar, mas saber se defender. Endurecer mas nunca perder a ternura.