A pedra

Talvez se o blog te interesse você esteja se perguntando: será que ele vai mesmo falar de uma pedra?

Eu não vou falar da pedra, mas sim do que se passa nela.

No meu mundo, eu tenho uma casinha bem pequena. Ela tem dois quartos, uma sala minúscula e uma cozinha. Sem banheiro OMG!

Nos fundos dessa casa o chão é de terra batida e tem uma pedra grande enfiada na terra. Ninguém sabe de onde ela vem, mas ela tem uma forma aconchegante, e nela podemos nos apoiar muito confortavelmente. Daí algumas noites eu sento no chão e me apoio nela. Eu e a Stela. Ficamos olhando ali o céu, as estrelas. Quando estou muito inspirado eu faço poesias ligando as estrelas, já que não tem luz elétrica e da pra ver muitas. Aí eu ligo uma com a outra e formo letras, daí palavras, e então os versos. Digo que as estrelas estão ali para fazerem a representação do meu amor pela vida.

Eu faço poesias românticas, poesias sobre a totalidade da vida e, às vezes, sobre minhas angustias. Só sei que as estrelas têm tudo o que sinto no meu mundo. Acho que é por isso que o nome da personagem é Stela. Porque ela é uma daquelas estrelas que, de alguma forma, tomam a forma dos meus sentimentos. Ela entende os sentimentos. As vezes eu acho que ela entende porque também sente. Porque é como eu.

Eu hoje fui lá. Estava com ela sentado, só que de dia. As nuvens estavam feito algodão, e um menino gritou:

- Até de dia vocês ficam aí!

Joguei um sapato nele e disse:

- Deixa a gente quieto, ué. Quer vir pra cá também?

Ele não respondeu, mas saiu da casinha e veio pro meu lado. Ele era como um filho ou irmão. No livro ele representa o Ítalo, que é uma criança órfã que eu adoto, mas que não tenho idade para ser pai. O menino tem oito anos e eu tenho 19. Me lembra meu irmãozinho.

Daí ficamos olhando as nuvens. Lá da pedra. Quem não vê as nuvens, as estrelas e tudo o que há no mundo com esse espírito, dirá que a pedra é só uma pedra e que eu sou um alucinado. Mas quem vê tudo com o funda da alma, e não consome a realidade com a lógica verá que para mim essa pedra é o santuário.

Nem sempre Stela está lá. Às vezes ela está dormindo, as vezes está ajudando os meninos, ela é professora. Mas ali é sempre meu santuário. É um lugar que todos podem visitar, mas que a maioria não da importância. Mas ela vai lá. Ela sabe que a pedra é muito mais do que um minério.

Tente visitar a pedra, e não a olhe com a racionalidade. Veja o que seu coração tem a dizer sobre ela...

2 comentários:

Thalita Ferreira do Couto disse...

Muito bom.Você é meu ídolo, irmão.
Thalita

Silas disse...

=D

Tu mora no meu coração, mana!