Sobre Humanas, Musas e Deusas

Não quero submeter esse raciocínio metafísico análise psicológica. Se alguém, algum dia e por algum motivo desejar fazer isso, que o faça. Eu não o farei.
Quero falar aqui sobre algo para além de qualquer definição racional e que, no entanto, exponho com as palavras racionalmente (e não me importo com a contradição).
Mulheres são, para mim, criaturas peculiares e especialmente atraentes. Conseguem, com suas qualidades estéticas e espirituais, carregar meu espírito com enorme facilidade. Falo delas, então, com o coração.
As humanas são mais comuns e, não por isso, pouco encantadoras. Toda a musa e toda a Deusa também é humana. As humanas têm olhares penetrantes. Elas iluminam a alma do homem com sorriso, incendeia um espírito com uma bela dança.

“Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.”
(Gênesis 6:1-4)

As humanas garantem aos homens que não há como viver só de espírito. Nos trazem a carne, e quem disse que isso é ruim? Não é! Humanas possuem algo que seria interessante para muitos homens: são capazes de remover deles todo o pensamento, toda a arbitrariedades. Com elas, só somos, só queremos. Mostram, efetivamente, que estamos vivos...

As musas, de forma geral são bem humanas. Sua forma, aos nossos olhos, é atraente. Não menos do que as humanas. Mas elas possuem algo para além disso. É o germe do divino. São realmente semi-deusas que tocam no profundo da alma dos homens. As mudanças que uma musa pode trazer a um homem são tão profundas que eu arrisco deduzir que elas estão aqui, efetivamente, para ajudar-nos no nosso progresso espiritual. Quando em contato com a musa, é comum que o mundo desapareça para o observador. E ela nem precisa ter consciência disso. É que, para os homens que olham com a alma, elas mostram um brilho tão grande que não há como olhar para algum outro lugar. Elas queimam a alma e trazem aos homens o poder do intelecto ou o da paixão.

Que a deusa abençoe todas as musas desse mundo, que cruzam nosso caminho nos ensinando a existir e nada pedem em troca além de nossa devoção. E essa devoção nem precisaria ser pedida: os que são realmente devotos não o são por escolha. Por que o que motiva é emoção, e emoção não depende de escolha ou determinação.

A Deusa também a chamam de gaia, para mim é Ângela. São só nomes: todos sabemos que se trata da grande mãe. A genitora de todos os espíritos.

Existem, além da Deusa, outras deusas. Algumas delas vivem entre os homens, embora muitos sejam demasiadamente ignorantes para dar-lhes seu devido valor. Porque somente a idéia de valor que temos é insuficiente. Posso dar muito valor aos meus amigos, aos meus pertences. Mas esse valor é efêmero, e o valor das deusas é infinito.
Só se pode retribuir o amor das deusas com um amor como o delas, e quem são os homens que podem fazer isso?

Ou eles se escondem em timidez ou eu sou cego (ambas as possibilidades são prováveis).

Porque as deusas são tudo. Elas são humanas e também são musas. Porque uma deusa te prende (e te liberta) tanto pela forma de andar, quanto pelo olhar e pelo sorriso. Tanto pela capacidade única de compreender sua alma quanto a de senti-la. Porque entender e sentir não se separam. Tão lindas são as deusas que não me importaria de serem pouco humanas. Não me importaria de vê-las sem a estética que possuem. Mas a verdade é que o espírito divino gera um reflexo nos seus olhos. Torna o olhar bonito, o sorriso sereno, o caminhar tranqüilo.
O espírito das Deusas se espalha por toda a totalidade delas e do mundo, e não o separa delas. Porque elas são o mundo. Olhando para uma deusa eu me volto à Deusa e pergunto: somos mesmo dignos de viver com tal criatura?

Sou um covarde e nada mais, porque me reservo a observar. E observar é tão bom. Cada gesto, cada olhar, cada raciocínio, cada emoção. É tudo tão belo, tão peculiar...
Apesar de reconhecer que nosso mundo não merece tamanha benção, lastimo profundamente o fato de que são raras tais presenças divinas.
Lastimo o fato de que as Deusas passam rapidamente. De que só por um curto período de tempo o mundo todo se reflete em suas almas.
Afinal, quem sou eu para ao menos desejar a compania de uma deusa? E mesmo que eu fosse digno, de onde eu tiraria a ousadia de dizer a elas que sei de tudo?
Como eu diria pra elas que são deusas e que as amo sem que minha mortalidade me refreasse?
Não. Me limito a escrever sobre elas. A fazer uma poesia, a sonhar, a imaginar todo o encanto que me trazem. Só imaginar, porque sou mortal demais: Somente com o auxílio de uma deusa eu chegaria ao olimpo. Atenas...
E eis minha convocação.

Deusa clara
Deusa dourada
Deusa brilhante
Deusa flamejante

Traz para mim o poder
O poder de trazer o espírito
Ao corpo débil
de poder toca-las.

Porque meus olham choram por ti
E meu coração clama vigorosamente
Porque meus pelos se arrepiam
E o meu corpo treme

Abriga, deusa
O som das minhas palavras
E, se desejar,
Delicia-me com o som das tuas

Porque a sua alma é um balsamo
Ela é como posso amar o mundo
Porque é somente tu, ó Deusa
Que pode enfrentar a sombra do diabo.

3 comentários:

Anônimo disse...

interesante sua maneira de pensar, tosca porem propria,e o poema dizer o que é inovador.

Silas disse...

valeu, eu acho

(O.o) =P

danni disse...

Nossa....finalmente um,que percebeu a verdade....