Angel's Sleep

Às vezes quando alguém dorme
Devemos parar por uns instantes
Porque se quebram barreiras
Que dividem a alma da luz mundana

Algo como uma expressão
Linguagem corporal espontânea
Imaginamos sonhos, pesadelos
E aí nosso próprio coração se revela

Sentimos desejo ou repulsa
Queremos acolher ou rejeitar
Seja o que for, é claro, límpido
Certeza louca, intuitiva

As pessoas mostram sua identidade
O que são lá no fundo
E se amamos essa vista
Então amamos essa alma

São coisa que você descobre
Assistindo o sono de um anjo

Hera

Vigia, interfere, protege
Define as estações do ano
Ela é a rainha do Olimpo
Odeia a infidelidade

Eu quis tomar Perséfone
Sim, levá-la para o submundo
Torná-la minha rainha
Cuidando dos mortos

Como se fossem seus filhos

Mas hera interferiu.
Desde o começo...
Ela a trouxe de volta
E com ela, a primavera

Quando a vejo no mundo dos vivos
Minha avidez por possuí-la passa
Até minha vivência infernal amansa
Tantas cores, tantos aromas...

Hera, que deveria estar ofendida,
Veio me resgatar do meu tormento
Trabalhando em silêncio
Pensando que não a ouço...

What i am to you



Sou só mais um
No meio da curva normal
Mediano, previsível, comum
Uma representação média

Eu sou algo irrelevante
Que é indigno de preocupação
A sombra do homem invisível
Um detalhe pequeno demais

Sou uma fonte útil de calor
E também uma força propulsora
Dou proteção e sou força motriz
Sou instrutor e escudeiro

Enquanto eu for uma distração
E enquanto tiver alguma utilidade
Terei meu lugar dentro de você
Dentro do seu tubo digestório

Vou ser ruminado, corroído
Arrastado, sugado até a última gota
Então meus restos mortais serão expulsos
E meu funeral será girar e ser eliminado

Mas saiba de uma coisa
Que talvez eu entre no seu sangue
E aí chegue ao seu coração
Nesse ponto, não haverá volta