Antes de explicar a argumentação é bom deixar claro o caráter subjetivo desta: é claro que as objeções são bem vindas, mas ao faze-las deve-se ter em mente que não pretendo colocar isso como uma regra a todos os indivíduos. Daí decorre que opiniões contrárias podem se somar ao meu argumento ao invés de contraria-lo. Isso, aliás, já parte das premissas do próprio texto.
Dividi os debates em dois tipos, e espero deixar meu julgamento de valor acerca dos tipos claro para os leitores.
O primeiro tipo de debate é o que se baseia em competição: Cada indivíduo pretende colocar seu ponto de vista acima do alheio.
Por mais que isso possa soar deprimente, há casos em que esse tipo de debate é inevitável. Principalmente nas questões prática. Se tivermos, como exemplo simplório, que escolher entre dois caminhos e cada um dos argumentadores tiver uma posição em relação, dever-se-á apresentar argumentos que, naturalmente se contrapõem. Nesse tipo de debate, por vezes a razão não tem qualquer efeito: vence quem fala mais alto, quem possui voz de comando ou quem possui o poder deliberativo maior (R$).
Quando esse tipo de debate acontece no nível abstrato, se demonstra o conflito psicológico. Porque nas questões filosóficas, metafísicas, epistemológicas e suas ramificações, não há definição. A definição que cada indivíduo tem nada mais é do que um reflexo de seu psiquismo: não vai além da subjetividade.
O simples fato de esse tipo de diálogo ocorrer já nos prova que precisamos reafirmar nossos complexos: reafirmar nossa fé na proposição intelectual (ainda que cética). Apesar de tomar dimensão dialética (retórica) considerável (algumas vezes), na maioria das vezes esses diálogos não passam de discussões entre crianças: não é. É. Não é. É. Ad infinitum, porque basta que afirmemos uma opinião repetidamente para que ela se torne verdadeira.
Nesse caso, embora possa parecer, o debate não é inteiramente inútil, porque sempre que dialogamos há uma nova oportunidade para reorganizarmos nossos pensamentos. É sempre um exercício para o intelecto e para a capacidade de expormos idéias. Apesar disso, quem já participou de diálogos como esse, entendem que é inútil para o crescimento pessoal: serve apenas para dialetizarmos nossa opinião mais intensamente, e isso pode até ser prejudicial se o indivíduo fizer isso para reafirmar suas convicções de origem psicológica.
Há outro tipo de debate, que seria melhor definido como diálogo se as opiniões não fossem discordantes, havendo atrito. Um exemplo desse tipo de debate pode ser encontrado no meu blog. Um registro de um debate relativo ao conflito entre poligamia e monogamia.
http://insilasbrain.blogspot.com/2009/04/poligamia-x-monogamia-profundidade-e.html
Não é necessário que, nesse caso, os debatentes sejam individuados e nem que sejam espíritos “superiores”. Apenas se requer que ambos saibam que é improvável que suas idéias não sejam parciais. Noutras palavras, isso também poderia ser definido como humildade, embora, mesmo eu sendo arrogante pessoalmente, tenho conseguido alcançar essa meta. Para isso, é necessário que vejamos o caráter efêmero de nossas idéias, que coloco insistentemente nesse blog.
Para esse tipo de diálogo acontecer, deve haver essa “humildade” dos dois lados (se só existirem duas opiniões). Caso contrário, um afirmará que a opinião é universal, o outro afirmará que é relativa e nenhum dos dois fará mais do que repetir essas afirmações.
Quando duas pessoas partem da premissa de que anda do que pensam é absoluto, já que foram capazes de entender contextos externos e internos para o desenvolvimento de sua opinião, identificando nela seu caráter subjetivo, o debate se torna extremamente produtivo e prazeroso.
Nesse caso, os dois lados realmente se importam com a opinião do outro, tanto como complemente para a própria como para entender o psiquismo deste, o que poderia possibilitar amizades mais verdadeiras e menos fundamentadas e projeções e expectativas irracionais.
Daí decorre que os dois constroem uma visão mais profunda e até mesmo mais próxima da verdade (se é que há alguma verdade), porque um consegue dar conta das miopias do outro. Afinal, por mais que saibamos que somos míopes, isso não nos torna isentos de emitir conclusões parciais. Porque não se trata de compreensão racional, e sim de vivência: se não vivemos experiência que nos individuaram, nosso entendimento será parcial por causa de nossos complexos e do nosso tipo psicológico.
Não há a necessidade, nesses diálogos, de repetir o mesmo argumento incansavelmente, e por isso ele não nos ajude no nosso exercício dialético tanto quanto os de competição.
Mas o exercício dialético serve apenas para a comunicação: seria um absurdo pensarmos que pela mera construção dialética nós podemos encontrar alguma verdade, porque essa dialética nada mais faz do que expressar uma opinião íntima que não possui forma de palavras, mas permanece em forma de pensamento até que precise ser traduzida em palavras para ser expressa.
Justamente por isso que quem memoriza palavras pode, muito bem, não ter nenhum conhecimento acerca de seu conteúdo.
Dividi os debates em dois tipos, e espero deixar meu julgamento de valor acerca dos tipos claro para os leitores.
O primeiro tipo de debate é o que se baseia em competição: Cada indivíduo pretende colocar seu ponto de vista acima do alheio.
Por mais que isso possa soar deprimente, há casos em que esse tipo de debate é inevitável. Principalmente nas questões prática. Se tivermos, como exemplo simplório, que escolher entre dois caminhos e cada um dos argumentadores tiver uma posição em relação, dever-se-á apresentar argumentos que, naturalmente se contrapõem. Nesse tipo de debate, por vezes a razão não tem qualquer efeito: vence quem fala mais alto, quem possui voz de comando ou quem possui o poder deliberativo maior (R$).
Quando esse tipo de debate acontece no nível abstrato, se demonstra o conflito psicológico. Porque nas questões filosóficas, metafísicas, epistemológicas e suas ramificações, não há definição. A definição que cada indivíduo tem nada mais é do que um reflexo de seu psiquismo: não vai além da subjetividade.
O simples fato de esse tipo de diálogo ocorrer já nos prova que precisamos reafirmar nossos complexos: reafirmar nossa fé na proposição intelectual (ainda que cética). Apesar de tomar dimensão dialética (retórica) considerável (algumas vezes), na maioria das vezes esses diálogos não passam de discussões entre crianças: não é. É. Não é. É. Ad infinitum, porque basta que afirmemos uma opinião repetidamente para que ela se torne verdadeira.
Nesse caso, embora possa parecer, o debate não é inteiramente inútil, porque sempre que dialogamos há uma nova oportunidade para reorganizarmos nossos pensamentos. É sempre um exercício para o intelecto e para a capacidade de expormos idéias. Apesar disso, quem já participou de diálogos como esse, entendem que é inútil para o crescimento pessoal: serve apenas para dialetizarmos nossa opinião mais intensamente, e isso pode até ser prejudicial se o indivíduo fizer isso para reafirmar suas convicções de origem psicológica.
Há outro tipo de debate, que seria melhor definido como diálogo se as opiniões não fossem discordantes, havendo atrito. Um exemplo desse tipo de debate pode ser encontrado no meu blog. Um registro de um debate relativo ao conflito entre poligamia e monogamia.
http://insilasbrain.blogspot.com/2009/04/poligamia-x-monogamia-profundidade-e.html
Não é necessário que, nesse caso, os debatentes sejam individuados e nem que sejam espíritos “superiores”. Apenas se requer que ambos saibam que é improvável que suas idéias não sejam parciais. Noutras palavras, isso também poderia ser definido como humildade, embora, mesmo eu sendo arrogante pessoalmente, tenho conseguido alcançar essa meta. Para isso, é necessário que vejamos o caráter efêmero de nossas idéias, que coloco insistentemente nesse blog.
Para esse tipo de diálogo acontecer, deve haver essa “humildade” dos dois lados (se só existirem duas opiniões). Caso contrário, um afirmará que a opinião é universal, o outro afirmará que é relativa e nenhum dos dois fará mais do que repetir essas afirmações.
Quando duas pessoas partem da premissa de que anda do que pensam é absoluto, já que foram capazes de entender contextos externos e internos para o desenvolvimento de sua opinião, identificando nela seu caráter subjetivo, o debate se torna extremamente produtivo e prazeroso.
Nesse caso, os dois lados realmente se importam com a opinião do outro, tanto como complemente para a própria como para entender o psiquismo deste, o que poderia possibilitar amizades mais verdadeiras e menos fundamentadas e projeções e expectativas irracionais.
Daí decorre que os dois constroem uma visão mais profunda e até mesmo mais próxima da verdade (se é que há alguma verdade), porque um consegue dar conta das miopias do outro. Afinal, por mais que saibamos que somos míopes, isso não nos torna isentos de emitir conclusões parciais. Porque não se trata de compreensão racional, e sim de vivência: se não vivemos experiência que nos individuaram, nosso entendimento será parcial por causa de nossos complexos e do nosso tipo psicológico.
Não há a necessidade, nesses diálogos, de repetir o mesmo argumento incansavelmente, e por isso ele não nos ajude no nosso exercício dialético tanto quanto os de competição.
Mas o exercício dialético serve apenas para a comunicação: seria um absurdo pensarmos que pela mera construção dialética nós podemos encontrar alguma verdade, porque essa dialética nada mais faz do que expressar uma opinião íntima que não possui forma de palavras, mas permanece em forma de pensamento até que precise ser traduzida em palavras para ser expressa.
Justamente por isso que quem memoriza palavras pode, muito bem, não ter nenhum conhecimento acerca de seu conteúdo.
2 comentários:
Concordo com vc. Acredito que reconhecer DE VERDADE o subjetivismo da sua própria opinião é essencial para que alguém realmente apreenda novos conhecimentos num debate. Mas isso é difícil de se fazer, pois se trata de uma luta contra si mesmo, contra sua própria presunção.
Por isso que eu acho Jung foda, cara.
No livro Tipos Psicológicos ele faz um mapa para que possamos perceber a parcialidade de cada argumento.
Estudando a psicologia dele ainda percebi como nossos complexos formam opiniões.
Por exemplo: por causa da criação que recebi e no lugar que recebi essa educação(periferia do rio) acabaram se formando certos complexos psicológicos que me levam a dar ao anarquismo um valor, talvez, desmedido. Afinal, é tão justo quanto utópico.
Precisei de um tempo passa assimilar sua argumentação, porque meu ponto de vista estético me levava a um esforço para negar o que há de funesto: o feio só poderia ser decorrente da má compreensão da "bela" verdade.
Posso dizer, no entanto, que minha mente estar aberta para essas questões é um efeito dos debates que tive com você.
Postar um comentário