- O muro foi ultrapassado. Agora você deve acertar a testa do morto vivo. - Disse a Deusa flutuando com os pés sobre nuvens
Havia um zumbi amarrado num altar. Sua cabeça se movia freneticamente. Queria se soltar a todo o custo. Seu aspecto era ao mesmo tempo deplorável e agressivo. Era careca e sua pele estava apodrecendo.
Parei diante dele para esmurrar sua testa, mas ele não parava de se mover. Tentava morder minha mão.
Em reação a isso, me concentrei olhando nos olhos dele. Consegui fazê-lo parar com a força do meu pensamento e ele começou a em fitar confuso.
Dei um passo para trás e esmurrei sua testa com toda força, ao que se abriu um buraco do qual saiu um anel. Ele parecia ser feito duma mistura de ossos com metal. Havia um pequeno crânio do que parecia uma mistura de bode e homem. Tinha dentes de sabre e chifres, mas a forma geral era humana. Da boca aberta saia um chama, da qual eu pude intuir que surgia o poder das trevas.
O anel me apaixonou profundamente. Eu queria o poder maligno nele contido. Era como se ele fosse uma parte minha a muito perdida e que eu reencontrava.
Ao tomar posse do anel e colocá-lo no anelar direito, o chão se abriu em chamas e fui levado ao inferno. Nada ali me assustava, porque eu reconhecia meu poder demoníaco. Mefistófeles, um demônios que tinha pelo menos três vezes o meu tamanho, veio até mim.
- Porque você me invoca? - perguntou ele
- Não te invoquei em momento algum.
- Então porque usa o meu anel? é louco? Devolva-o imediatamente!
- Não devolverei. Quero esse anel e hei de ficar com ele.
Mefistófeles, então, avançou contra mim buscando tomar de volta seu anel, porque não aceitava tal aliança, ao que pulei e acertei sua testa com um soco. Ele não foi destruído pelo soco, mas eu fui levado de volta para diante do altar do morto vivo.
- Você colocou o anel, então?
A Deusa fez uma pergunta retórica. Ela parecia orgulhosa de mim, e isso me agradou profundamente. Foi um prazer imenso poder agradar a ela e a mim mesmo de uma só vez.
E assim ficou selada a aliança entre o reino das trevas e o mundano. Meu dedo queimava com o anel, meu coração queimava de poder. Sim, o poder do conflto que se tornou aliança. Do mal que vem pra bem. Do princípio negro que vem completar minha existência.
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