Apesar de minha grande paixão (do ponto de vista intelectual) ser psicologia, notei que são poucas as postagens onde falo diretamente de psicologia aqui no blog, colocando minha posição. Isso aconteceu por causa do meu “estado de formação”, que ainda ocorre e que, creio, nunca acabará. Minhas opiniões, mudando muito rápido, não se mostravam dignas de exposição.
Isso tem diminuído de intensidade e decidi postar sobre as nomenclaturas e tratamento psiquiátrico justamente porque essa é uma das poucas opiniões que pôde se manter coesa com o passar dos meus estudos.
“É bem conhecido o relaiconamento de Jung com Albert Einstein e Wolfgang Pauli. Se a física newtoniana pressupunha um objeto a ser estudado fora da psique, a física quântica questionou essa noção de objetividade e afirmou que toda observação depende da posição do observador, trazendo a subjetividade, da qual a psicologia tentou tanto se livrar, de volta para a física.
Do mesmo modo, o reducionismo da neurologia do século passado e a crença do domínios da genética estão cedendo lugar à neuropsicologia e à hipótese de que o gene pode sofrer mutações por causa do estresse psicológico. (...) Enfim, o organismo é uma totalidade indivisível em que qualquer sofirmento emocional é imediatamente traduzido em diferentes sistemas corporais, podendo dar origem às mais diversas doenças”
(O livro de ouro da psicologia – texto em anexo, pg 190 – Denise Gimenez Ramos)
Não separo a psicologia da filosofia, e por isso que, para começar a falar sobre o assunto, preciso retomar um ponto importante, que são os fundamentos da ciência moderna.
Isso tem diminuído de intensidade e decidi postar sobre as nomenclaturas e tratamento psiquiátrico justamente porque essa é uma das poucas opiniões que pôde se manter coesa com o passar dos meus estudos.
“É bem conhecido o relaiconamento de Jung com Albert Einstein e Wolfgang Pauli. Se a física newtoniana pressupunha um objeto a ser estudado fora da psique, a física quântica questionou essa noção de objetividade e afirmou que toda observação depende da posição do observador, trazendo a subjetividade, da qual a psicologia tentou tanto se livrar, de volta para a física.
Do mesmo modo, o reducionismo da neurologia do século passado e a crença do domínios da genética estão cedendo lugar à neuropsicologia e à hipótese de que o gene pode sofrer mutações por causa do estresse psicológico. (...) Enfim, o organismo é uma totalidade indivisível em que qualquer sofirmento emocional é imediatamente traduzido em diferentes sistemas corporais, podendo dar origem às mais diversas doenças”
(O livro de ouro da psicologia – texto em anexo, pg 190 – Denise Gimenez Ramos)
Não separo a psicologia da filosofia, e por isso que, para começar a falar sobre o assunto, preciso retomar um ponto importante, que são os fundamentos da ciência moderna.
Desde Aristóteles se formou uma forma peculiar de avaliação, que parecia ser criada para o intuito didático: O pressuposto da divisibilidade.
A partir desse pensamento, se presume(psicologicamente, o que culmina nessa metafísica) que a melhor forma de se entender o funcionamento de todas as coisas se dá através da divisão, do estudo das partes separadamente e de uma posterior união das partes previamente estudadas.
Assim, estudamos biologia entendendo a diferença entre as celulas e seus componentes internos. Depois as células formam tecidos, que formam órgãos e sistemas (digestivo, respiratório, etc.) e esses formam o organismo. A partir daí se cria uma divisão, ao meu ver, reducionista.
“Bohm não é o único pesquisador que encontrou evidências de que o universo é um holograma. Trabalhando independentemente no campo da pesquisa cerebral, o neurofisiologista Karl Pribram, de Standford também se persuadiu da natureza holográfica da realidade. Pribram desenhou o modelo holográfico para o quebra-cabeças de como e onde as memórias são guardadas no cérebro.
Por décadas, inúmeros estudos tem mostrado que muito mais que confinadas a uma localização específica, as memórias estão dispersas pelo cérebro.
Em uma série de experiências com marcadores na década de 20, o cientista cerebral Karl Lashley concluiu que não importava que porção do cérebro do rato era removida; ele era incapaz de erradicar a memória de como eram realizadas as atividades complexas que tinham sido aprendidas antes da cirurgia. O único problema foi que ninguém foi capaz de poder explicar a natureza de "inteiro em cada parte" da estocagem da memória.”
(O universo como um holograma –
http://www.pan-portugal.com/library/articles/holograma.html)
Na idade média vem William de Ockham, colocar outro fundamento(metafísico e psicológico) aceito atualmente pela ciência: o pressuposto da simplicidade.
A partir dessa idéia, se presume que a explicação mais simples para o que quer que seja provavelmente é a verdadeira. Daí culmina um reducionismo absurdo principalmente nas ciências psicológicas.
Se abandona a complexidade real do inconsciente, acusando-o se metafísica (e usando um fundamento metafísico para isso) para reduzir o organismo humano a um simples sistema de hormônios, glândulas e química. Assim, ao invés de entender as peculiaridades do paciente de um ponto de vista mais holístico, o que se faz é droga-lo. Removem os significados dos delírios e sonhos para qualifica-los apenas como sintomas. A simplificação da psique humana decorrente da psicologia objetiva vai diretamente contra o desenvolvimento psicológico do indivíduo, já que, ao invés de entrar em contato com uma pessoa que o auxiliará no próprio crescimento psicológico e na resolução de suas mazelas, a pessoa é apenas drogada e mandada de volta ao trabalho(Capitalismo!). O que mais me deprime é o sorriso falso que se estampa no rosto das pessoas drogadas. Um reducionismo ridículo.
Ocorre, no meio científico atual, uma série de tentativas falhas de definição das psicopatologias e padrões de nomenclatura (tal como Aristóteles). Mas as psicoses nomeadas da mesma forma, como a esquizofrenia, são diferentes em cada paciente. Muitos ouvem vozes, mas cada um recebe uma mensagem diferente. Outros sofrem de ilusões visuais, mas a diferença entre essas ilusões é tão marcante que não tem cabimento em rotular a pessoa como sendo uma esquizofrênica.
Todas essas tentativas visivelmente frustradas possuem uma origem psicológica, e sobre elas eu estive refletindo recentemente.
O pressuposto da divisibilidade, como foi dito, tem, de certa forma, uma função didática, pois facilita o estudo da natureza e sua posterior exposição. Não nego em absoluto esse pressuposto, já quem em muitas áreas do conhecimento ele se mostra não só útil como acertado. Biologia, química e as mais diversas unidades de medida são apenas alguns dos exemplos da eficácia dessa premissa. Isso sem falar nas implicações tecnológicas desse e dos outros pressupostos da ciência. É, por certo, uma forma eficaz de se estudar grande parte das questões objetivas.
Mas o erro é que muitas pessoas usam, falaciosamente, as implicações desses pressuposto metafísico para justificar sua aplicação a todas as áreas do conhecimento. Quando o homem tenta submeter sua essência apenas à racionalidade as conseqüências são apenas frustração. Afinal, por mais que ele acredite na ilusão de que tem controle sobre tudo o que é, definindo esse tudo como o que há em sua consciência, seu inconsciente e os conteúdos coletivos e pessoais contidos nele continuará a agir sobre sua vida de diversas maneiras.
“Queres submeter o mundo? Submete-te, primeiro, à razão”
Reconheço que essa idéia já me seduziu. Pensar que posso me submeter à razão é uma idéia que trás muita segurança. Mantém o caos distante da fortaleza concreta da consciência. Mas a verdade é que isso não passa de um ideal que não é real. Dizer para um psicótico que a realidade é objetiva não o curará, e muito menos drogá-lo.
É notável o apego quase religioso com o qual cientistas e cientificistas negam qualquer coisas que vá fora desse e dos outros pressupostos metafísicos. Proclamam em alto e bom som: isso não é científico. É misticismo, é ilusão. É falso...
Por vezes presenciei agressividade digna de um fanático partindo de cientificistas e cientistas tanto na internet quanto em literatura.
Um exemplo disso é Richard Dawkes e sua ignorância voluntária com relação à religião. Se não se encaixa em seu pressuposto “sagrado”, então não passa de um delírio! Pobre criança...
Pessoalmente, não vejo nenhuma diferença entre a definição que dão, oficialmente, aos mitos e a definição do pressuposto da simplicidade. Se acredita, metafisicamente, que a explicação mais simples para um determinado evento tende a ser a verdadeira. Claro que para ciências exatas isso é verdadeiro. Afinal, quanto mais uma fração é simplificada, mais fácil é a sua resolução, e não há motivos para complicar a resolução dos problemas.
Essa premissa levou ao avanço das ciências exatas, que partiram do simples para o complexo e permitiram a tecnologia, a engenharia e todas as outras implicações positivas das ciências exatas.
Mas a tentativa de dar um caráter exato e simples à mente humana se prova absurda, pois por mais que eles lutem (Agressivamente) pela simplificação da psique e sua redução a exames laboratoriais, a mente humana continua a ser o que é: complexa. Afinal, o que esse paradigma poderia dizer sobre uma obra mitológica? Eu mesmo já escrevi mitos, e digo que não podem ser reduzidos à ilusão causada pela religião. Os mitos, símbolos e a arte são uma forma de manifestação da natureza humana intimamente ligada à introspecção, que “simplesmente” não pode ser negada
“- se você sabe tanto sobre nós, porque não pode me entender?
- Não posso entender mais nada.
- não entendo. Porque não pode mais entender nada?
- a estrutura do meu pensamento não é real. Isso que fala com você é apenas a cópia de um homem que já existiu, mas que se foi. Não sou humano e nem nunca serei.
- você precisa ser humano para me entender?
- não, preciso ser mutável.
- você não muda?
- não posso mudar, sou apenas uma maquina projetada com paradigmas e valores de um homem que já morreu por escolha própria. Segundo o paradigma dele próprio, sou um erro e nunca devia ter sido criado.
- você tem memória?
- sim.
- sua memória não muda seus paradigmas?
- não tenho paradigmas, apenas parâmetros. Sou exatamente aquilo que fui programado para ser.”
(Os visitantes – Silas)
A partir desse pensamento, se presume(psicologicamente, o que culmina nessa metafísica) que a melhor forma de se entender o funcionamento de todas as coisas se dá através da divisão, do estudo das partes separadamente e de uma posterior união das partes previamente estudadas.
Assim, estudamos biologia entendendo a diferença entre as celulas e seus componentes internos. Depois as células formam tecidos, que formam órgãos e sistemas (digestivo, respiratório, etc.) e esses formam o organismo. A partir daí se cria uma divisão, ao meu ver, reducionista.
“Bohm não é o único pesquisador que encontrou evidências de que o universo é um holograma. Trabalhando independentemente no campo da pesquisa cerebral, o neurofisiologista Karl Pribram, de Standford também se persuadiu da natureza holográfica da realidade. Pribram desenhou o modelo holográfico para o quebra-cabeças de como e onde as memórias são guardadas no cérebro.
Por décadas, inúmeros estudos tem mostrado que muito mais que confinadas a uma localização específica, as memórias estão dispersas pelo cérebro.
Em uma série de experiências com marcadores na década de 20, o cientista cerebral Karl Lashley concluiu que não importava que porção do cérebro do rato era removida; ele era incapaz de erradicar a memória de como eram realizadas as atividades complexas que tinham sido aprendidas antes da cirurgia. O único problema foi que ninguém foi capaz de poder explicar a natureza de "inteiro em cada parte" da estocagem da memória.”
(O universo como um holograma –
http://www.pan-portugal.com/library/articles/holograma.html)
Na idade média vem William de Ockham, colocar outro fundamento(metafísico e psicológico) aceito atualmente pela ciência: o pressuposto da simplicidade.
A partir dessa idéia, se presume que a explicação mais simples para o que quer que seja provavelmente é a verdadeira. Daí culmina um reducionismo absurdo principalmente nas ciências psicológicas.
Se abandona a complexidade real do inconsciente, acusando-o se metafísica (e usando um fundamento metafísico para isso) para reduzir o organismo humano a um simples sistema de hormônios, glândulas e química. Assim, ao invés de entender as peculiaridades do paciente de um ponto de vista mais holístico, o que se faz é droga-lo. Removem os significados dos delírios e sonhos para qualifica-los apenas como sintomas. A simplificação da psique humana decorrente da psicologia objetiva vai diretamente contra o desenvolvimento psicológico do indivíduo, já que, ao invés de entrar em contato com uma pessoa que o auxiliará no próprio crescimento psicológico e na resolução de suas mazelas, a pessoa é apenas drogada e mandada de volta ao trabalho(Capitalismo!). O que mais me deprime é o sorriso falso que se estampa no rosto das pessoas drogadas. Um reducionismo ridículo.
Ocorre, no meio científico atual, uma série de tentativas falhas de definição das psicopatologias e padrões de nomenclatura (tal como Aristóteles). Mas as psicoses nomeadas da mesma forma, como a esquizofrenia, são diferentes em cada paciente. Muitos ouvem vozes, mas cada um recebe uma mensagem diferente. Outros sofrem de ilusões visuais, mas a diferença entre essas ilusões é tão marcante que não tem cabimento em rotular a pessoa como sendo uma esquizofrênica.
Todas essas tentativas visivelmente frustradas possuem uma origem psicológica, e sobre elas eu estive refletindo recentemente.
O pressuposto da divisibilidade, como foi dito, tem, de certa forma, uma função didática, pois facilita o estudo da natureza e sua posterior exposição. Não nego em absoluto esse pressuposto, já quem em muitas áreas do conhecimento ele se mostra não só útil como acertado. Biologia, química e as mais diversas unidades de medida são apenas alguns dos exemplos da eficácia dessa premissa. Isso sem falar nas implicações tecnológicas desse e dos outros pressupostos da ciência. É, por certo, uma forma eficaz de se estudar grande parte das questões objetivas.
Mas o erro é que muitas pessoas usam, falaciosamente, as implicações desses pressuposto metafísico para justificar sua aplicação a todas as áreas do conhecimento. Quando o homem tenta submeter sua essência apenas à racionalidade as conseqüências são apenas frustração. Afinal, por mais que ele acredite na ilusão de que tem controle sobre tudo o que é, definindo esse tudo como o que há em sua consciência, seu inconsciente e os conteúdos coletivos e pessoais contidos nele continuará a agir sobre sua vida de diversas maneiras.
“Queres submeter o mundo? Submete-te, primeiro, à razão”
Reconheço que essa idéia já me seduziu. Pensar que posso me submeter à razão é uma idéia que trás muita segurança. Mantém o caos distante da fortaleza concreta da consciência. Mas a verdade é que isso não passa de um ideal que não é real. Dizer para um psicótico que a realidade é objetiva não o curará, e muito menos drogá-lo.
É notável o apego quase religioso com o qual cientistas e cientificistas negam qualquer coisas que vá fora desse e dos outros pressupostos metafísicos. Proclamam em alto e bom som: isso não é científico. É misticismo, é ilusão. É falso...
Por vezes presenciei agressividade digna de um fanático partindo de cientificistas e cientistas tanto na internet quanto em literatura.
Um exemplo disso é Richard Dawkes e sua ignorância voluntária com relação à religião. Se não se encaixa em seu pressuposto “sagrado”, então não passa de um delírio! Pobre criança...
Pessoalmente, não vejo nenhuma diferença entre a definição que dão, oficialmente, aos mitos e a definição do pressuposto da simplicidade. Se acredita, metafisicamente, que a explicação mais simples para um determinado evento tende a ser a verdadeira. Claro que para ciências exatas isso é verdadeiro. Afinal, quanto mais uma fração é simplificada, mais fácil é a sua resolução, e não há motivos para complicar a resolução dos problemas.
Essa premissa levou ao avanço das ciências exatas, que partiram do simples para o complexo e permitiram a tecnologia, a engenharia e todas as outras implicações positivas das ciências exatas.
Mas a tentativa de dar um caráter exato e simples à mente humana se prova absurda, pois por mais que eles lutem (Agressivamente) pela simplificação da psique e sua redução a exames laboratoriais, a mente humana continua a ser o que é: complexa. Afinal, o que esse paradigma poderia dizer sobre uma obra mitológica? Eu mesmo já escrevi mitos, e digo que não podem ser reduzidos à ilusão causada pela religião. Os mitos, símbolos e a arte são uma forma de manifestação da natureza humana intimamente ligada à introspecção, que “simplesmente” não pode ser negada
“- se você sabe tanto sobre nós, porque não pode me entender?
- Não posso entender mais nada.
- não entendo. Porque não pode mais entender nada?
- a estrutura do meu pensamento não é real. Isso que fala com você é apenas a cópia de um homem que já existiu, mas que se foi. Não sou humano e nem nunca serei.
- você precisa ser humano para me entender?
- não, preciso ser mutável.
- você não muda?
- não posso mudar, sou apenas uma maquina projetada com paradigmas e valores de um homem que já morreu por escolha própria. Segundo o paradigma dele próprio, sou um erro e nunca devia ter sido criado.
- você tem memória?
- sim.
- sua memória não muda seus paradigmas?
- não tenho paradigmas, apenas parâmetros. Sou exatamente aquilo que fui programado para ser.”
(Os visitantes – Silas)
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