Censurado

Estávamos deitados na mesma cama. O quarto não tinha nenhuma janela, e o ar condicionado estava ligado. Passei com meu braço por cima das costas dela para abraça-la, pois ela estava virada para o lado oposto e assim ficaríamos de “conchinha”.

- Olha, Roberto, não é porque a gente ta dormindo no mesmo quarto e na mesma cama que devemos fazer isso.
- Isso o que?
- Fazer amor.
- Eu sei querida. Isso você já me disse e eu não planejo quebrar minha promessa. Respeito seus limites e os amo, já que são criação tua. Eu só queria aqui um pouco do teu calor. Te abraçava pra sentir os teus pulmões se expandindo e seu coraçãozinho batendo.

Ela virou para mim com aqueles olhinhos brilhantes e me abraçou. O Ar saia das narinas dela quente e me dava calafrios no pescoço. Ela colocou a mão no meu rosto.

- Lembro que você me falou sobre minha mão macia. Você também quer o contato com ela?
- Sim, eu quero.
- Mas ainda agora eu não tinha oferecido esse carinho e você não pediu
- É que eu não sou do tipo afobado. Abraçar-te já era bom o bastante, porque eu costumo me sentir satisfeito com o que tenho de bom.

Ela sorriu e me deu um beijo. A musica “the nearness of you” da Norah Jones começou a tocar. Eu a beijei de volta, só que dessa vez, com muito esforço, consegui abrir meus olhos, e sair por uns instantes daquele transe para ver como ela se sentia. Ela estava com os olhinhos fechados, e com a sobrancelha que dava um ar sereno no rosto. Uma coisa linda de se ver.

- Sabe, não é bem o beijo que me deixa louco. Não é o contato dos nossos lábios e nem das nossas línguas o que realmente meche comigo. O que me afeta na verdade é que estou beijando você. Finalmente, depois de todo esse tempo, eu estou te beijando. O beijo é assim tão bom porque eu te amo.

Ela sorriu e movimentou o corpo pra baixo do meu. Abriu as pernas e me colocou em cima dela. Aquilo me deixou louco, mas eu não sabia se ela fazia aquilo para testar minha capacidade de manter minha promessa ou se ela estava me pedindo para quebrá-la. Falar é fácil, mas meu amor por ela não é só idealista. Ela me dá um baita tesão, e me colocar nessa posição esperando que eu não faça nada é pensar que eu não desejo fazer amor com ela.

- Sabe do que eu tenho medo, Roberto?
- Do que?
- Meu medo é que você depois disso não queira mais nada comigo. Que você só esteja querendo isso e que amanhã eu acorde aqui sozinha. Esse é meu medo.
- Mas querida, honestamente. Me admira você achar que eu faria uma coisa dessas. Nós vivemos assim tão distantes um do outro, e foi tão difícil para eu conseguir vir aqui te ver. Nós dividimos o quarto porque eu não tenho dinheiro, já que a viagem foi cara, lembra? Ora, se eu fosse um aproveitador eu poderia ter escolhido uma vítima mais perto de mim. Se com minhas palavras e com minhas atitudes eu não fui capaz de te demonstrar que te amo mais do que tudo nesse mundo então não vejo como te provar isso, porque você não quer acreditar.

Ela beijou meu pescoço e foi subindo com a boca até o meu ouvido. Suspirou e eu ouvi aquele som de brisa.

- Me desculpa, querido. Não era pra duvidar do seu amor nem nada. É que já me enganaram, e parece que não consigo tirar isso da minha cabeça. Eu fico assim insegura sem motivo. Eu também te amo, e sei que você me ama também. Então vá devagar. Entenda o meu ritmo, pois não quero me sentir estranha.
- Eu que peço desculpas por desconsiderar sua história assim. Eu te amo, e podemos ir no ritmo que você quiser. Aliás, não sei se você se lembra, mas já te falei que eu gosto de tudo bem devagar também. A prova disso é que nos conhecemos muito bem por um bom tempo antes de termos qualquer coisa. Você não é o resultado de um impulso inconseqüente. É amor profundo que sinto por ti. Daqueles que ficam na alma.

Ela tirou a blusa, e eu olhei bem os contornos dela. Tinha seios pequenos, é verdade, mas não por isso pouco atraentes. Eu reconheço que tudo nela é da mais perfeita beleza para mim, e que talvez isso seja porque eu a amo e nela não sou capaz de ver falhas físicas. Mas para mim eram seios lindos. Meti minha cara entre eles, bem devagar, e ela me puxou devagar pelo cabelo até si e me beijou. Colocou as mãos nas minhas costas e puxou minha camisa. Paramos de nos beijar para minha camisa sair, e quando saiu eu fui direto para o pescoço dela. Minha avidez ganhava volume incontrolável, e sei que da minha parte sozinho já não seria capaz de cumprir minha promessa. O desejo era mais forte do que eu.
Beijei e arrastei meus lábios pelo pescoço dela. Parei num ponto com os dois lábios em contato e encostei minha língua, fazendo, depois disso, movimentos com ela e soltando ar quente. Ouvi dela um suspiro, que entrou direto pelos meus ouvidos e fez todo o meu corpo tremer. Acho que era isso que eu buscava. Arrancar um suspiro de prazer dela.
Ela começou a beijar meu pescoço e arrancou meus suspiros, que são bem mais fáceis do que os dela.
Ela começou a tirar o short do pijama, e naquele ponto eu já estava tomado por um sentimento apressado, então tirei também o meu, e nós dois ficamos só com a roupa de baixo.

- Vai mais devagar, Roberto. Assim rápido eu não gosto.
- Não vou tirar minha cueca ainda não. A gente só vai sentindo um pouco.
- Ainda? Quer dizer que vai tirar?
- Não pode?
- Pode.

Ela começou a tirar a calcinha, mas depois colocou de volta e só puxou um pouco pro lado.
- Não coloca dentro não. Só encosta e esfrega um pouco.

Era bem no meu ritmo. Como eu queria que as coisas fossem. Não gosto disso de fazer tudo com pressa. Aquilo dava uma sensação deliciosa. Um sensação de contato carnal que era combinada com a alegria que esse amor me traz. Eu queria dizer que a amava e que a desejava ao mesmo tempo. Que meu amor por ela é desse tipo, e que eu queria me casar com ela, mas eu não podia dizer nada. Estava muito envolvido para formular uma frase assim tão longa.

- Agora segura ele e fica mexendo pra cima e para baixo, sabe como é?
- Assim?
- Isso, assim mesmo.

Naquele momento eu estava tentado a entrar, e acabei cedendo à tentação, mas ela colocou a mão e sorriu.

- Espera mais um pouco.
- Desculpa.
- Não me pede desculpa

Não insisti e continuei naquele movimento, passando minha mão nas pernas dela pela parte de dentro. Eram tão brancas que só faltava se confundirem com a cor do lençol. Ela retraiu um pouco as pernas, como quem tem uma sensação muito intensa, mas logo relaxou e continuamos daquela maneira por uns momentos até que ela colocou a mão na minha e me deixou entrar.
Não tenho palavras para descrever minhas sensações, e não posso tampouco descrever meus sentimentos. Era tudo ao mesmo tempo. A palavra magnífico parece insignificante. O lugar paraíso não passa de um terreno baldio perto daquele quarto. Eu me movi devagar como eu gosto. Sentindo cada instante. Os beijos e suspiros eram freqüentes agora também da parte dela.

[trecho censurado]

- Eu te amo, Joana.
- Eu também te amo.

Nós fizemos amor naquela noite, e depois ficamos deitados acordados. Fiquei olhando pro teto. Ela me abraçou, colocou uma perna em cima das minhas e a cabeça no meu peito.

- Posso dormir assim?
- Pode. E eu posso dormir assim?
- Hehehehe, seu bobo.

Ela dormiu, e eu queria assistir o rostinho dela. Dormia feito um anjo, mas depois de uns minutos eu peguei no sono.

De repente eu acordei no meu quarto...

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