Sobre o futuro da humanidade

Escrevi a mensagem abaixo em resposta à um tema de debate proposto por um amigo.

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=117923&tid=5330750358001940831&start=1

É bem comum que eu seja chamado de um otimista, ou mesmo de um iludido por ter as opiniões que tenho a respeito disso, mas isso são reações sentimentais: a psicologia analítica tem um papel fundamental no futuro da humanidade, mas não só ela.

Vou avisando que minha resposta será grande.

Eu vejo esperança em algumas coisas tais como: o mundo como holograma, o pensamento sistêmico (filho da psicologia analítica), a organização mundial em rede e, finalmente, o anarquismo.

Depois que eu descobri uma idéia que chamo de “Vontade de amor”, que chamo de caminho florido no conto do “Andarilho”, minha perspectiva do mundo mudou completamente. Mudou ao ponto de eu querer compartilhar as boas novas com os outros.

Para consultar a Vontade de amor e O andarilho vá no meu blog:

http://insilasbrain.blogspot.com/

Muito do que vou escrever aqui terá caráter sentimental, e não vejo nenhum motivo pelo qual os sentimentos não devem ser levados em consideração para se imaginar uma solução.

Vamos ao que interessa:

No blog de um amigo meu eu li uma matéria muito interessante que fala do mundo como um holograma.

Veja na integra:

http://outsidercaos.blogspot.com/2009/01/15-o-universo-como-um-holograma.html

É feito todo um complicado processo através do qual se “imprime” um holograma num filme. Quando um feixe laser atinge esse filme, se forma o holograma. Esse filme foi dividido em duas partes, mas quando o feixe do laser atingiu as duas partes cada uma delas mostrou um holograma completo idêntico ao original, só que em menor proporção.

Foram dividindo o filme e descobriram uma coisa espetacular: todas as partes do filme continham um holograma inteiro.

A partir desse raciocínio podemos ver o próprio homem de uma diferente perspectiva, pois mesmo pesquisas na área da neurologia demonstram que não há uma parte específica da nossa mente que armazena a memória: ela se integra no todo que é a nossa psique.

Por isso é assim que se dá o nosso aprendizado. Nós vamos agregando novos paradigmas, mas estes não funcionam por conta própria: se integram no todo inseparavelmente.

Dessa forma, todo e qualquer conhecimento que nós agregamos é útil, seja o conhecimento que vem de você e de mim ou um que vem do livro de Jung.

Talvez possa parecer que isso tudo não tenha relação direta com o tema proposto, mas na verdade tem sim. Se colocarmos essa visão holográfica na sociedade, acabamos por encontrar o tipo de sociedade que nos é apresentada atualmente pelos meios de comunicação: a organização social em rede.

Essa incrível comunidade é um exemplo do que eu estou falando. Quando debatemos aqui não há autoridades. Você não é melhor do que eu, e nem eu do que você: o que eu falo é tão incerto quanto o que você fala, e desconstruímos a idéia de que há autoridades no assunto que for. Isso desconstroi a idéia de que as pessoas são ovelhas a serem guiadas por pastores e, especialmente, da abertura para um sujeito como você começar a colaborar com a sociedade por conta própria, sendo mais um soldado do que chamo de exercito sem general.

Assim, quando eu entrei nessa comunidade eu te vi debatendo com o Marcos sobre a relação entre Jung e Freud, e isso me causou uma extrema atração pela comunidade.

Ao freqüenta-la mais assiduamente eu me interessei mais pelo pensamento junguiano e acabei por comprar alguns livros, entre eles o “tipos psicológicos” que mudou para sempre a minha forma de pensar. Á maneiro do holograma, se integrou ao meu pensamento.

Dessa maneira, você que provavelmente nem é famoso e que, na organização social anterior, nunca teria contato comigo, contribuiu de forma extremamente positiva para o meu desenvolvimento, e não só você: esse meu amigo e muitos outros que jamais teriam tido contato comifo, mas tiveram e expandiram minha mente graças a essa nova organização mundial em rede. Graças à internet.

Nesse espaço é que o pensamento sistêmico ganha força, porque aqui as pessoas têm uma pressão muito menor do mundo externo, tendo assim a possibilidade de introverterem com mais facilidade. Assim, na internet você pode ver as pessoas manifestando sua essência verdadeira, e ao perceber essa manifestação uma idéia que pode te ocorrer é: “como essa pessoa é diferente de mim!” E isso é o que mais me acontece.

Aí a idéia de que a realidade é simples e estável, principalmente no que se refere à existência humana é desconstruída, e todo um padrão que queremos atribuir aos outros cai por terra diante da máxima de que todas as pessoas são essencialmente diferentes.

Essa troca de informação não poderá ser controlada, e creio que a internet em breve estará ocupando o mundo todo, de forma que a interação venha a expandir a consciência das pessoas nesse e noutros aspectos. A consciência mais plena levará à baixa taxa de natalidade, e a Europa é a prova disso: eles importam mão de obra para serviços ordinários porque seus cidadãos são conscientes o bastante para controlarem a natalidade espontaneamente.

Talvez fique um elo perdido no que se refere à minha afirmação sobre o anarquismo, mas eu acho que essa é uma coisa que jamais veremos acontecendo, porque presume uma quantidade extremamente menor de pessoas habitando o planeta. Não viveremos para isso. Creio que com o tempo a população será muito menor, e a tecnologia (inclusive a de comunicação) estará desenvolvida ao ponto de não precisarmos mais de líderes para guiar o povo, pois todos os cidadãos terão plena consciência da importância de viver segundo a ética(não a moral). Não haverá a necessidade de uma pessoa selecionar as informações que serão distribuídas aos demais.

Não haverá mais a possibilidade de um ditador tomar um poder, porque as pessoas já não poderão ser caladas. Cada um será um nó na teia social. Cada um será seu próprio senhor e dono de sua individualidade. A expectativa de vida se tornará extremamente maior e finalmente a humanidade poderá viver em harmonia.

Não digo com isso que nossos impulsos mais doentios deixarão de existir. Só que por mais doentio que um homem for, ele não poderá agregar poder e dominar os outros. E se ele for criado num sistema onde há harmonia, eu duvido que ele se torne um doente como os que vemos hoje, pois esses são fruto do nosso sistema falho. De qualquer maneira, já hoje os sistema eletrônicos já nos aliviam de tensões como fobias e mesmo a raiva: a realidade virtual está e tornando cada vez mais detalhada, e eu mesmo já descontei minha raiva num jogo chamado “God of war”.

Em suma, eu creio que entrar na internet e trocar idéias sobre a vida é a nossa forma de reagir contra as injustiças do mundo. Não podemos lutar contra o sistema através de força armada, mas podemos ser um exercito sem general, composto por pessoas com um interesse em comum: tornar o mundo um lugar melhor para se viver.

Por isso você é importante, assim como todas as pessoas que compartilham seu conhecimento pela internet com tanta boa vontade.

1 comentários:

Duan Conrado Castro disse...

Silas,

Sua visão de futuro me parece razoável (desde que a humanidade não se destrua céculos antes de chegar nesse estado mais elevado). Se você ainda não assistiu, convido-lhe a assistir ao documentário Zeitgeist Addendum (em http://www.zeitgeistmovie.com/), que apresenta uma possível visão do futuro parecida com essa sua (e que eu identifiquei como sendo uma versão moderna do comunismo marxista, em http://outsidercaos.blogspot.com/2008/11/xxxix-zeitgeit-addendum-crtica-ao.html)