O poeta se prende ao seu ideal
Ele prende uma mulher com suas palavras
Os dois caem por terra diante da realidade
Não se conhecem
Um servo ouve e obedece
Seu senhor enche o peito com seu poder
Um é preso ao outro
E o outro é preso a si mesmo.
O covarde pensa que tudo sabe,
Porque jamais poderia suportar,
Que tudo o que vê é quimera.
Que sua racionalidade só limita a realidade.
O falso sábio pensa que tudo saberá
Cria uma forma de pensamento
E a segue por toda uma vida
Dá sentido próprio ao mundo
Então diz, eis a verdade!
Mas quando seus pulmões não se enchem
Quando seu coração para
Descobrem que ele percorreu um erro
Ele insistiu no erro, nada encontrou.
E ainda por cima encheu o peito,
E disse que os homens do passado estavam errados.
O próximo cometerá o mesmo erro.
Porque os homens não aprendem com o erro alheio,
E a vida é curta demais...
O homem fraco diz
“Está acabada a vida! Não tenho valor!”
O homem miserável diz:
“Está no auge a vida! Sou o que há de mais valioso!”
Um pensa que nada é, e por isso erra.
O outro pensa que tudo é, e por isso erra.
Um chora por uma mentira
O outro sorri por uma mentira
Tudo falso
O homem vazio diz:
Conquistarei o mundo!
O homem pleno diz:
Conquistarei a mim mesmo!
O homem insensato ama o poder
Ama sua própria corrente
O sensato ama a paz
Ama a liberdade do outro
O homem ansioso corre de um lado ao outro
Trabalha sem parar por uma causa que não é sua.
O homem sereno caminha com o vento
Ele trabalha pelo amor e pela liberdade.
Ama a paz.
O homem viciado clama por correntes
Corta as próprias asas
O homem livre não vê prisões
Já está voando
Um homem não pode libertar o outro
Não pode amar pelo outro
Não pode tornar o outro sereno e nem pleno.
A salvação é individual.
Nenhum Deus, nenhum homem, nenhuma estrela.
Nada tira dos homens a responsabilidade,
De amar porque liberta
E libertar porque ama
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